Triste...muito triste...

Hoje decidi colocar um momento dos muitos momentos de sabedoria da minha amada esposa. Queria muito que fosse um momento alegre mas infelizmente não foi. E aqui compartilho com vocês...

Hoje minha esposa entrou em casa e não pude deixar de notar que ao fechar os olhos o pranto contido que ela trazia no peito deixou-se escorrer pela sua face. Dei um pulo do sofá onde eu estava sentado vendo o Jornal local e logo perguntei:

Eu: - O que houve meu amor? Você esta chorando? O que te fizeram na rua?

Ela, de olhos ainda mais marejados, olhou pra mim e disse com a voz embargada:

Ela: - Não fizeram nada a mim. Não diretamente a mim.

Fiquei um pouco confuso na hora mas a deixei continuar sem interromper e ela prosseguiu:

Ela: - Estou chocada com a pequenez humana. Meu Deus! Como podem haver pessoas assim?

Então pedi que ela explicasse melhor do que estava falando e ela narrou o acontecido pra mim:

Ela: - Eu  estava vindo para casa e ao me aproximar do portão vi uma cena que me entristeceu profundamente. Sabe o Sr. Fulano de Tal? 

Eu: - Sim, sei, claro. Nós o conhecemos há anos minha querida.

Ela: - Não. 

-   Não o conhecemos. 

- Sabemos quem ele é há anos mas, não o conhecemos. 

-  Ele não me viu mas quando eu estava passando pelo portão, eu o vi olhar para o moço que estava ao lado dele na calçada, e com um olhar de desprezo e nojo, fez questão que o moço o visse e logo em seguida cuspiu no chão. Sei que parece bobagem, mas isso mexeu comigo. Pensei: - Como um ser "HUMANO" pode olhar para outro ser humano e cuspir no chão? O moço não fez NADA com ele, não falou nada. Era uma pobre criatura desprovida de muitas coisas, a aparência lembrava a de um pedinte, mas, que naquele momento ele sequer dirigiu uma única palavra para aquele Sr. Fulano de Tal.

Então compreendi tudo. E ela continuou...

Ela: - Me doeu ver aquela cena por que logo pensei, SOMOS TODOS FILHOS DE DEUS! E o que este Sr. fez com este moço foi como se tivesse feito a um irmão meu. Me diz, como você se sentiria se alguém tivesse feito isso a um irmão seu? Irmão de sangue, irmão em Cristo, ou simplesmente um irmãos seu?

Eu, sem pensar duas vezes, respondi:

Eu: - Talvez eu até tivesse uma atitude menos passiva que a sua tamanha indignação que já estou sentindo só de ouvir você falar.

Então, na mais singela e profunda simplicidade de sua sabedoria ela falou:

Ela: - Venha, faça comigo uma oração. Vamos orar por todos esses corações endurecidos, para que a Graça do Pai possa tocá-los tão profundamente que este triste episódio de hoje seja para ele motivo de vergonha e desejo de reparação. Assim como devemos orar também por nossos irmãos que na infelicidade de nada possuir ainda sim, muitas vezes, tem mais do que nós.

Fica aqui então esta Linda Mensagem.

Deus nos abençoe e nós guarde. Amém.

Vicente Bastos